fevereiro 24, 2006

PAULO NAVE - Hurricane & Portugal Aventura

Paulo Nave é um dos míticos Dinossauros do nosso Paintball.
Para alem de deter e dirigir a empresa Portugal Aventura, é um dos pioneiros na construção de super equipas em Portugal. Assim foi com os Grave Diggers que conquistaram tudo o que havia para conquistar na viragem do século, e agora aos 42 anos repete a experiência com os Hurricane.



1- Chegados a meio da época, como avalias a audaciosa passagem dos Hurricane directamente dos escalões 5man para a Divisão Pro 7man?

Foi uma evolução pensada desde o início. Ou ficávamos em 5 man para nos divertirmos ou passávamos para 7 man pro para que os jogadores menos experientes mas com um grande potencial pudessem efectivamente evoluir.

Esta é uma época de transição, em que a equipa ainda se está a formar. Temos necessidade de mais jogadores pois estamos mesmo “à pele”.

2- Como se coordena a mixagem de jogadores com o estatuto de um Castanheira ou do Brée, com o das jovens revelações que já constituíam os Hurricane em 5man?

Quer o Brée quer o Castanheira já tinham sido dos Grave Diggers e a experiência conta muito, quer em jogo quer em treinos. Não esquecer também o Fernado Cruz (Viagra) que é uma peça importante na equipa. Sabiam que a equipa tinha jogadores novos mas com potencial e que lhes cabia puxarem por eles. A sua possivel entrada foi preparada e benvinda pelos jogadores mais jovens.

3- Para quando o regresso em força também aos palcos internacionais?

Vamos a ver...talvez na próxima época.

4- Quais as principais diferenças a nível competitivo encontradas pela equipa esta época? (mais bolas, mais deslocações…)

Relativamente à época em 5 man, é sem duvida o orçamento. Em campo, acho que está a correr como previsto.

5- Na época passada os Hurricane realizaram o melhor trabalho de arbitragem por mim presenciado. Como é possível uma equipa Novice realizar um trabalho tão difícil com tão boa apreciação global?

É tudo uma questão de disponibilidade e empenhamento. Felizmente, tendo em conta tratar-se de uma equipa estreante, a época passada correu bastante bem em todos os sentidos.

6- A tua opinião sobre a LPP?

No que respeita às condições de jogo, acho que está ao nivel dos melhores torneios. Penso que reune todas as condições para dar um próximo passo.

7- A tua opinião sobre o OLX?

Apesar do que por vezes aparece escrito, acho excelente. São torneios com excelentes condições para os jogadores e com a organização a funcionar a 100%. Ainda me lembro dos torneios da APP em que ou levávamos uma tenda ou estavamos à chuva o dia todo.

8- Como sentes que os teus miúdos estão a respirar o paintball?

O “meus miúdos” estão em grande.

9- Neste Mundo em que os melhores invariavelmente são pescados pelas equipas mais ricas, tem-te sido difícil manter as jovens promessas que jogam nos Hurricane?

Tal como nos Grave Diggers, os Hurricane nasceram de um pequeno grupo de jogadores com “jeito para a coisa” e que ao fim de pouco tempo ficámos amigos. O que nos úne não é o paintball mas sim a amizade e enquanto este valor se mantiver a equipa também se mantém. Quando outros valores se sobrepuserem, então é provavel que possam sair.

Curiosamente, os Hurricane foram às equipas mais “ricas” buscar 3 jogadores...ehehehe

10- O que te levou a ficar tantas épocas afastado dos principais torneios de competição?

Já tinha atingido e ultrapassado todos os objectivos ao que se juntou problemas dentro da equipa. Foram os condimentos para “encher e encostar”.

Os feitos dos Grave Diggers no final do século passado e inicio deste, demonstraram á comunidade que também era possível as nossas equipas lutarem pelos primeiros lugares internacionais.

11- Quais as maiores diferenças entre o Paintball do ano 2000 e o do ano 2006?

A grande diferença reside nos marcadores; tudo o resto foi consequência disso mesmo. Os campos são similares, embora em 2000 houvesse obstáculos muito mais atractivos e interessantes de jogar tais como o submarino, a casota do cão, os pequenos rockets, etc.

12- Presumo que o 1º lugar no Millennium Series do Jamor tenha sido o teu zénite paintebolistico, certo?

No primeiro MS em Portugal no Jamor ficámos classificados em 1º lugar e fomos a primeira equipa portuguesa a conquistar este lugar. Foi um torneio inesquecivel, pois foi um daqueles fins de semana em que todos os elementos da equipa estiveram em alta; na edição seguinte em Portugal ficámos em 3º lugar. Em destas qualquer das edições, o resultado foi magnifico. Também lá fora tivémos pódiuns mas obviamente te-los em Portugal é mais saboroso.

13- E qual foi o teu pior momento ?

O fim da equipa Grave Diggers.

14- Como sentes no teu intimo o facto de seres o Pai paintbolistico de jogadores como o Hugo Domingues (Formiga) e o Humberto (Sheriff)?

Fico contente por ter tornado possivel e por ter dado um pequeno contributo para que jogadores de paintball se tenham destacado no paintball nacional e ionternacional. Foi também com eles que os Grave Diggers cresceram.

15- Qual pensas ter sido a maior conquista de uma equipa nacional num torneio internacional?

Penso que a maior conquista não terá sido o resultado em si mas o respeito que as equipas portuguesas conquistaram e a imagem do paintball nacional “lá fora”. Para isso contribuiram várias equipas como os Grave Diggers, Metralhas, Estratego e mais recentemente os Paintoon, para além de todas as outras que também participam lá por fora.

A Portugal Aventura existe á praticamente uma década http://www.portugalaventura.com/ .

16- Como anda a saúde da Portugal Aventura ?

Anda bem. Diversificou e afastou-se dos objectivos iniciais.

17- É muito difícil sobreviver em Lisboa entre as duas maiores empresas de Pb nacional?

Para quem quiser competir nas mesmas faixas de mercado não é fácil.

18- Abriram recentemente um novo campo, privilegiadamente localizado no Instituto Superior de Agronomia em Lisboa (tens que me avisar quando tiveres sessão, para lá ir fazer umas fotos e uma reportagem a sério sobre a abertura do novo campo), fala-nos das características deste novo espaço e como tem sido a sua aceitação?

É um campo de paintball recreativo que tem tido uma aceitação muito boa, com uma taxa de ocupação extremanente alta. É essencialmente campo de mato, havendo no entanto a perspectiva de fazer um campo de speedball. Quando estiver a 100% serás convidado a tirrar umas fotos a dar uns tiros também.

19- O regresso de um Campeonato de Paintball Universitário seria muito positivo para o desporto a todos os níveis…

Um campeonato universitário é sempre bom para divulgação; não temos assistido a nenhum ultimamente provavelmente porque não suscita grande interesse comercial.

20- Os Renegados “nasceram” nos campos da Portugal Aventura na Várzea de Sintra, no entanto foi um projecto que não conseguiste acompanhar. Sentes algum tipo de remorso ou foi uma evolução natural?

Os renegados nasceram de uma forma bastante interessante. Penso que foi em 1998 que organizei um Big Game em Cascais (junto da auto-estrada) com o nome de “O rapto do Pai Natal”. Neste Big Game, as personagens eram os Metralhas (não os do Porto J ) que raptavam o Pai Natal e os irmãos Zézinho, Huguinho e Luisinho que o iriam resgatar/salvar de forma a que não faltassem as prendinhas a ninguem. Tudo com personagens da BD com o objectivo de afastar a imagem bélica do paintball (uma das grandes preocupações dessa altura).

Por um problema familiar não me foi possivel realizar o jogo; no entanto fui ao local e entreguei os equipamentos necessários, gás e bolas ao Jorge Faca para que todo pudessem jogar. Como compensação pela minha falha, apenas as bolas foram pagas.

A partir deste big game, formaram-se os Renegados do Pai Natal.

Pessoais:

21- Como descobriste o paintball?

Descobri o paintball num torneio de inauguração do campo de paintball do Troca-Tintas. Gostei do jogo.

22- Como prevês o nosso desporto daqui a 5 anos?

Não muito diferente do que é hoje. Obviamente mais evoluído em equipamentos e regras. O que espero é que seja efectivamente reconhecido oficialmente com um jogo/desporto.

23- Tu continuas a ser um jogador decisivo, pessoalmente julgo-te hoje mais eficaz que no passado. Como te sentes dentro de campo aos 42 anos?

Sinto-me como me sentia no tempo dos Grave Diggers, com vontade de ganhar. Felizmente o paintball não é como o futebol em que a resistência fisica é preponderante na performance do jogador.

24- Quem é o Paulo Nave fora das 4 redes?

Uma pessoa normal. Amigo dos amigos e por vezes com algum mau feitio. Casado, com 2 “putos” e que reparte o tempo entre as obrigações profissionais, familiares e com os amigos. Cada vez mais com menos tempo para estes últimos (que me desculpem).

25- Pumps ou Semis?

Nunca fui grande adepto das pumps pois sempre achei que era jogar em câmara lenta. De vez em quando dá-me vontade de fazer uns jogos de pumps.

26- O que nos falta para sermos reconhecidos como uma verdadeira modalidade desportiva? (Maior projecção, mais informação, melhor localização dos eventos?...)

A maior projecção, informação etc., são consequencias da existencia de uma organização independente e que funcione. O que faz mesmo falta é essa organização.

27- Nesta altura em que pela enésima vez se fala na criação de uma Federação de Paintball, julgas merecer um papel mais interventivo no futuro do nosso desporto?

Não sei se o mereço, mas sei que seria um bom contributo, não só pela experiencia dentro da modalidade como também fora dela.

Uma Federação terá obrigatoriamente de regular a competição e consequentemente não deverá ter ser constituída por elementos ligados à organização de competições, pelo facto de envolver “mexer” com interesses comerciais.

28- Como está o Paintball de competição em Portugal?

Parece-me que está de boa saúde. A LPP veio trazer ao paintball nacional uma lufada de ar fresco e uma referencia. Os regionais são extremamente importantes para o desenvolvimento do paintball.

29- E o recreativo?

Prefiro não comentar.

30- Uma questão que gostasses que eu te colocasse e respectiva resposta?

Para quando a Federação de Paintball? Para ontem!!! Um dia acordamos e não poderemos jogar paintball.

Boa sorte a todos os níveis e um abraço.

16 fps

3 comentários:

Planeta Redondo disse...

By P.N. : Curiosamente, os Hurricane foram às equipas mais “ricas” buscar 3 jogadores...ehehehe
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De facto curioso...:)

Para alem de muitos outros dos principais jogadores nacionais, sempre que possivel, "vestirem as cores" da tua equipa.

Como consegues cativar tantos e tão bons jogadores para uma equipa estreante na Divisão Pro?
Patrocinios pessoais ou o carinho por tudo o que representas?

16 fps

Anónimo disse...

HURRICANE, por acaso é das 3 equipas em portugal que mais gosto de ver a jogar. muitos parabéns e a maior das forças para todas as provas onde partecipam.
ps- acho que os 3 que entraram para a equipa foram se juntar a uma ja GRANDE equipa.

Anónimo disse...

Porque não comentar o estado do Paintball Recreativo?